Uso de Realidade Aumentada junto ao marketing: Dados e exemplos

A realidade aumentada emergiu como uma tecnologia que anda lado a lado de empresas em diversos setores, em eventos e demonstrações online.
Jean Felipe, Lucas Morais em 7/fev/25, atualizado 7/fev/25 às 18h – Compartilhe
Velho à esquerda e sua versão mais jovem à direita. Imagem: Exclusivo do Eu, Brasileiro (Jean Felipe).
Velho à esquerda e sua versão mais jovem à direita. Imagem: Exclusivo do Eu, Brasileiro (Jean Felipe).

A realidade aumentada (RA) se tornou uma tecnologia bastante usada para criar conexões mais profundas entre marcas e consumidores. Além de proporcionar experiências imersivas, ela abre espaço para estratégias de marketing criativas que estimulam o engajamento e fortalecem a fidelização. Vamos explorar no Eu, Brasileiro a seguir como a RA funciona no mercado hoje, quais são seus principais tipos e, principalmente, apresentar casos atuais de empresas que obtiveram sucesso em suas campanhas, com dados para empresários e profissionais da área.

O que é a Realidade Aumentada e como ela funciona?

A RA é uma tecnologia que combina elementos virtuais com o ambiente real, criando experiências híbridas e altamente interativas. Por meio de dispositivos como smartphones, tablets ou óculos especiais, as camadas digitais — sejam imagens, vídeos, objetos 3D ou informações — são sobrepostas ao mundo físico em tempo real.

Isso ocorre graças a sensores, câmeras e algoritmos de processamento de imagem, que mapeiam tal ambiente continuamente. A partir desse mapeamento, o software identifica as superfícies, suas profundidades e pontos de referência para alinhar todos os seus elementos virtuais de forma realista. Há três categorias principais de RA:

  1. Baseada em marcadores (ou em imagem)
    Utiliza códigos QR, imagens específicas ou símbolos que servem de ponto de referência para a projeção dos elementos virtuais. A câmera do dispositivo reconhece o marcador e exibe o conteúdo digital associado.
  2. Baseada em localização (ou sem marcadores)
    Baseia-se na posição geográfica e em sensores de movimento para inserir objetos virtuais no ambiente. Aplicativos como jogos de localização ou guias turísticos em RA utilizam GPS e bússola para exibir informações contextuais sobre o espaço físico.
  3. Projeção holográfica
    Envolve a projeção de hologramas tridimensionais diretamente no ambiente real, dispensando o uso de dispositivos de mão ou óculos. São projetos geralmente vistos em eventos, exposições e instalações artísticas, onde a escala e o fator “surpresa” impactam o público.
Usando Realidade Aumentada junto ao marketing: Dados e exemplos
Código QR em projeção holográfica. Imagem: Exclusivo do Eu, Brasileiro.

Por que a Realidade Aumentada é relevante hoje no marketing?

1. Experiência do usuário

A possibilidade de “testar antes de comprar” de forma virtual reduz as incertezas na jornada de compra. Segundo dados da Deloitte, cerca de 50% dos clientes consideram que poder interagir virtualmente com o produto é um fator decisivo na hora de escolher uma marca online. Dos exemplos dessas novidades de mercado, estão entre eles:

  • Moda: experimentar virtualmente roupas e acessórios.
  • Decoração: visualizar móveis e objetos em casa antes de adquiri-los.
  • Cosméticos: “provar” diferentes tons de maquiagem sem precisar estar fisicamente na loja.

Esses recursos diminuem trocas e devoluções, além de aumentar a satisfação do cliente, pois a experiência aproxima-se bastante da interação tangível.

2. Fidelização e atração de novos consumidores

De acordo com pesquisas da Threekit, 61% dos consumidores preferem varejistas que oferecem experiências de RA, pois se sentem mais confiantes em relação aos produtos. Essa confiança alimenta tanto a fidelização quanto a propaganda “boca a boca” pelas redes sociais:

  • Uma experiência impactante de RA estimula o compartilhamento espontâneo de vídeos, fotos e depoimentos.
  • Ao permitir que o público explore produtos e se divirta com filtros ou animações personalizadas, a marca ganha exposição e engajamento orgânico.

3. Exposição da marca (Brand Awareness)

A RA é reconhecida por gerar maior engajamento, principalmente quando lança mão de recursos visuais que surpreendem. Em um cenário cada vez mais competitivo, a capacidade de “interromper o rolamento” nas redes sociais e capturar a atenção do usuário é um diferencial valioso:

  • Experiências de RA bem executadas podem se tornar virais mais facilmente dentro dos nichos em sua divulgação, gerando mídia espontânea e atraindo novos públicos.
  • O fator “novidade” e a capacidade de despertar curiosidade podem tornar, se bem executada, a tecnologia uma grande aliada em campanhas de lançamento de produtos ou promoção de eventos.

Dados reais de mercado sobre o uso de RA

  • Crescimento do mercado: De acordo com a Research and Markets, o mercado global de Realidade Aumentada atingirá a marca de US$ 97,76 bilhões até 2028, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) estimada em cerca de 31,5% entre 2021 e 2028.
  • Preferência do consumidor: Um relatório da eMarketer apontou que 71% dos consumidores comprariam mais frequentemente se pudessem utilizar tecnologia de RA para experimentar produtos.
  • Redução de devoluções: Estima-se que empresas que implementam a RA em seus processos de vendas online reduzam em até 25% a taxa de devolução, graças à visualização prévia e mais assertiva dos produtos.

Casos atuais e reais de campanhas com RA bem-sucedidas

  1. IKEA: Aplicativo “IKEA Place”
    • A rede sueca de móveis lançou um app que permite ao usuário “encaixar” virtualmente diferentes peças de mobiliário nos cômodos de sua casa, em escala real.
    • A experiência é tão precisa que avalia proporções e até a iluminação do ambiente, reduzindo a incerteza antes da compra.
    • O resultado foi um aumento significativo nas vendas online em uma experiência mais envolvente para o consumidor.
  2. Sephora: Virtual Artist
    • A gigante de cosméticos implementou um provador virtual em seu aplicativo, possibilitando aos clientes testar batons, sombras e outros produtos de maquiagem por meio da câmera frontal do smartphone.
    • Segundo a própria Sephora, essa ferramenta não só elevou o ticket médio como também reduziu filas nas lojas físicas, pois muitos clientes chegavam já decididos sobre o que comprar.
  3. Gucci: Filtros de RA em Redes Sociais
    • A grife italiana criou filtros no Instagram e no Snapchat que simulavam sapatos e acessórios exclusivos da marca.
    • Os usuários podiam experimentar digitalmente modelos de calçados e visualizar o “look”.
    • A campanha gerou grande repercussão online, com milhares de postagens de usuários exibindo os itens “vestidos” virtualmente.
  4. Nike: Lançamentos de Edição Limitada
    • A marca esportiva utiliza RA em seu aplicativo SNKRS para revelar modelos de tênis de forma interativa.
    • Em algumas campanhas, os usuários precisavam apontar a câmera do smartphone para pôsteres ou murais específicos nas ruas de grandes cidades, desbloqueando a possibilidade de compra antecipada de edições raras.
    • A estratégia cria um senso de exclusividade e gamificação, engajando fãs e colecionadores.
  5. Suvinil: Simulador de Cores
    • A empresa brasileira de tintas desenvolveu um aplicativo que permite ao usuário testar diferentes cores em suas paredes utilizando RA.
    • Dessa forma, o cliente visualiza com realismo como o tom ficará no ambiente, reduzindo as chances de insatisfação após a pintura.
    • Esse recurso ajuda o consumidor a tomar decisões mais rápidas e seguras, além de aumentar a confiança na marca.
  6. Pepsi (2014) e evolução
    • Em 2014, a Pepsi surpreendeu pedestres em um ponto de ônibus em Londres, simulando alienígenas, robôs gigantes e explosões ao misturar a visão real da rua com elementos virtuais.
    • A ação viralizou nas redes sociais e é considerada uma das campanhas pioneiras de RA no marketing.
    • Desde então, marcas de bebidas e alimentos têm explorado cada vez mais a tecnologia, adicionando filtros e efeitos em embalagens e pontos de venda.
Propaganda da Pepsi em 2014 usando RA. Canal: Taloon/Youtube

Estratégias de implementação e boas práticas

  1. Integração com redes sociais
    • Desenvolver filtros e efeitos para Instagram, Snapchat ou TikTok amplia o alcance e favorece o marketing orgânico.
  2. Conexão com storytelling
    • Vincular a RA a uma narrativa ou temática relevante para a marca cria experiências mais memoráveis. Exemplo: contar a história de um produto enquanto o cliente o “explora” virtualmente.
  3. Usabilidade e acessibilidade
    • Aplicativos leves e interfaces intuitivas são fundamentais para não frustrar o usuário. Disponibilizar a RA em múltiplas plataformas também aumenta o engajamento.
  4. Personalização
    • Permitir que o consumidor personalize cores, texturas ou modelos cria um vínculo emocional mais forte e aumenta as chances de compartilhamento nas redes.

A Realidade Aumentada não é apenas uma tendência passageira, mas sim uma ferramenta que, quando bem aplicada, traz benefícios mensuráveis para campanhas de marketing. Ao permitir que o usuário interaja de forma imersiva com os produtos, a RA reduz incertezas de compra, amplia o engajamento e potencializa a exposição orgânica da marca.

Com a adoção crescente de dispositivos móveis compatíveis e a popularização de aplicativos de RA, as oportunidades para profissionais de marketing e empresários são vastas. A inovação aliada à satisfação do cliente forma a base para campanhas que não só geram vendas imediatas, mas também constroem relacionamentos duradouros com o público.

Para se destacar em um mercado cada vez mais competitivo, apostar em experiências que mesclam o mundo virtual com o mundo real pode ser um diferencial que catapulta a campanha para outro patamar. E, diante dos dados que mostram o crescimento exponencial do setor, implementar a realidade aumentada de forma estratégica torna-se um investimento promissor — e cada vez mais essencial — para quem busca inovar e conquistar no ambiente digital.

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