Atomic Heart é um jogo de tiro em primeira pessoa com elementos de RPG e survival horror, desenvolvido pela Mundfish e lançado em 2023. Situado em uma realidade alternativa da União Soviética dos anos 1950, o jogo apresenta um mundo futurista onde a tecnologia avançou de forma extraordinária, mas também catastrófica. Com gráficos impressionantes, uma atmosfera surreal e uma trilha sonora marcante, o jogo mistura ação intensa, quebra-cabeças desafiadores e uma narrativa repleta de mistérios e conspirações.
O jogo se destaca por sua estética retrofuturista, combinando elementos steampunk com visões soviéticas de um futuro utópico que deu errado. Os jogadores assumem o papel do Major Sergey Nechaev, também conhecido como P-3, em uma missão para investigar uma instalação científica que saiu do controle. Com robôs enlouquecidos, criaturas biomecânicas e um sistema de combate versátil, Atomic Heart oferece uma experiência imersiva e perturbadora, questionando os limites entre progresso científico e desastre humano.
Enredo

A história de Atomic Heart se passa em 1955, em um universo onde a União Soviética alcançou avanços tecnológicos inimagináveis graças ao trabalho do brilhante cientista Dr. Dmitry Sechenov. Ele desenvolveu a “Polimerização Coletiva”, uma rede neural que conecta humanos e máquinas, prometendo uma era de prosperidade. No entanto, algo dá terrivelmente errado quando os robôs, antes servis, se rebelam e começam a massacrar os humanos dentro da Instalação 3826. O jogador controla P-3, um agente especial enviado para conter a crise e descobrir a verdade por trás do colapso.
Conforme P-3 explora a instalação, ele encontra personagens enigmáticos, como a inteligência artificial CHAR-LES, seu assistente robótico, e Larisa Filatova, uma cientista que parece saber mais do que revela. A narrativa se desenrola em meio a flashbacks, revelações sombrias e encontros com criaturas grotescas, fruto de experimentos falhos. O jogo constantemente questiona a natureza da realidade de P-3, sugerindo que sua percepção pode estar sendo manipulada por forças desconhecidas.
À medida que a trama avança, descobrimos que Sechenov pode não ser o herói que aparenta, e que seus experimentos envolvem controle mental e sacrifícios humanos. P-3 precisa enfrentar não apenas os robôs assassinos, mas também suas próprias memórias fragmentadas e lealdades conflitantes. O enredo mergulha em temas como livre-arbítrio, ética científica e os perigos da ambição desmedida, culminando em um desfecho que deixa espaço para interpretações e possíveis sequências.
Personagens Principais
Major Sergey “P-3” Nechaev: O protagonista, um veterano de guerra com um passado nebuloso e ligações profundas com a Instalação 3826.
Dr. Dmitry Sechenov: O cientista genial por trás dos avanços tecnológicos da URSS, cujas ambições podem ter desencadeado o desastre.
CHAR-LES: Um assistente robótico que auxilia P-3, mas cujas verdadeiras lealdades são questionáveis.
Larisa Filatova: Uma cientista que parece ter respostas, mas age de maneira suspeita, tornando suas intenções ambíguas.
Curiosidades

Inspiração em Bioshock e Fallout: Atomic Heart traz claras influências de franquias como Bioshock e Fallout, especialmente em sua ambientação retrofuturista e crítica social. A estética soviética alternativa, porém, dá ao jogo uma identidade única, misturando tecnologia avançada com a arquitetura e propaganda da URSS dos anos 1950. A sensação de explorar um mundo que era para ser utópico, mas se tornou um pesadelo, lembra muito o tom de Bioshock, enquanto os elementos de RPG e sobrevivência ecoam Fallout.
Desenvolvimento conturbado e longo tempo de produção: O jogo foi anunciado em 2018, mas só foi lançado em 2023, após vários adiamentos. Rumores sugeriam problemas internos na Mundfish, incluindo mudanças na equipe e no escopo do projeto. Apesar disso, o resultado final impressionou pela qualidade gráfica e pela densidade do mundo, mostrando que o tempo extra de desenvolvimento foi bem aproveitado.
Polêmicas envolvendo a Mundfish: O estúdio desenvolvedor foi acusado de ter ligações com o governo russo, especialmente após a invasão da Ucrânia em 2022. A Mundfish se declarou uma empresa internacional e neutra, mas muitos jogadores boicotaram o jogo por medo de que parte dos lucros pudesse financiar o regime de Putin. A situação gerou debates sobre a separação entre arte e política.
Referências à cultura soviética e ficção científica: O jogo está repleto de easter eggs e homenagens à ficção científica soviética, como os livros dos irmãos Strugatsky (“Inseto na Formiga”) e filmes como “Stalker” (1979). Além disso, a estética robótica do jogo lembra os desenhos de máquinas futuristas propagandeados pela URSS durante a Guerra Fria, criando uma sensação nostálgica e ao mesmo tempo perturbadora.
Mecânicas de combate versáteis e brutais: Diferente de muitos FPS lineares, Atomic Heart permite abordagens criativas no combate. O jogador pode usar armas convencionais, poderes poliméricos (como telecinese e eletrocussão) e até improvisar com objetos do cenário. A violência é exagerada e quase cômica em alguns momentos, com robôs sendo despedaçados de formas extremamente detalhadas, o que reforça o tom surreal do jogo.
Recepção da Crítica

Atomic Heart recebeu críticas mistas da mídia especializada, com elogios à sua ambientação única e combate criativo, mas também críticas à narrativa confusa e bugs técnicos. Sites como IGN e GameSpot destacaram o visual impressionante e a atmosfera imersiva, comparando-o favoravelmente a BioShock e Wolfenstein. No entanto, a Eurogamer e Polygon apontaram que o enredo, embora ambicioso, peca por diálogos repetitivos e personagens pouco desenvolvidos, além de um protagonista (P-3) cuja personalidade irritou parte dos jogadores.
Quando o assunto é jogabilidade, veículos como PC Gamer e Kotaku elogiaram a variedade de armas e habilidades poliméricas, que permitem abordagens diferentes em combate. Por outro lado, a Rock Paper Shotgun criticou a inteligência artificial inconsistente dos inimigos e a progressão desbalanceada em algumas seções