NieR: Automata é um jogo de ação e RPG desenvolvido pela PlatinumGames e publicado pela Square Enix, lançado em 2017. Situado em um futuro pós-apocalíptico, o jogo combina combate dinâmico, uma narrativa profunda e uma trilha sonora marcante, composta por Keiichi Okabe. A história se passa em um mundo onde a humanidade foi forçada a se refugiar na Lua após uma invasão de máquinas alienígenas, deixando androides como os YoRHa para lutar em seu nome.
O jogo se destaca por sua abordagem filosófica, explorando temas como existencialismo, liberdade e o significado da humanidade. Com múltiplos finais e perspectivas de jogo, NieR: Automata incentiva o jogador a revisitar a história sob diferentes ângulos, revelando camadas mais profundas da trama. Além da jogabilidade fluida, que mescla hack ‘n’ slash, tiros em terceira pessoa e até elementos de shoot ‘em up, o título cativa pela sua atmosfera melancólica e personagens memoráveis.
Enredo

A trama de NieR: Automata acompanha a androide 2B e seu parceiro 9S, membros da unidade YoRHa, uma força militar criada para retomar a Terra das máquinas que dominaram o planeta após uma guerra prolongada. No entanto, à medida que avançam em sua missão, eles descobrem que a linha entre aliados e inimigos é mais tênue do que imaginavam. As máquinas, inicialmente vistas como meros inimigos sem consciência, começam a desenvolver comportamentos peculiares, formando sociedades primitivas, cultos religiosos e até mesmo laços emocionais, questionando a natureza da guerra e o propósito dos próprios androides.
Conforme 2B e 9S investigam os segredos por trás do conflito, eles se deparam com verdades perturbadoras sobre sua própria existência e o destino da humanidade. A relação entre os dois androides se aprofunda, revelando conflitos internos, lealdades testadas e uma crescente desconfiança em relação ao comando da YoRHa. A narrativa é repleta de reviravoltas, explorando não apenas a brutalidade da guerra, mas também temas como identidade, sacrifício e o significado da consciência. O mundo aberto, repleto de ruínas abandonadas e paisagens desoladas, serve como um espelho da desesperança que permeia a história.
No decorrer da jornada, os jogadores também conhecem A2, uma androide renegada e sobrevivente de um antigo esquadrão YoRHa, que vive como uma caçadora solitária carregando o peso de um passado traumático. Sua história se entrelaça com a de 2B e 9S, revelando segredos sombrios sobre o verdadeiro propósito da YoRHa e o destino dos androides. Além disso, figuras enigmáticas como Adam e Eva, seres ligados às máquinas que personificam a busca pelo conhecimento e pela emoção, desafiam os protagonistas tanto física quanto filosoficamente.
À medida que o jogador avança, descobre que tanto androides quanto máquinas estão presos em um ciclo infinito de destruição e recriação, levantando questões sobre redenção e a possibilidade de um futuro diferente.
Personagens Principais
2B (YoRHa No.2 Type B) – Uma androide de combate altamente habilidosa, com uma personalidade reservada e leal às suas missões, mas que esconde profundas emoções sob sua fachada profissional.
9S (YoRHa No.9 Type S) – Um modelo scanner mais analítico e emotivo, cuja curiosidade e inteligência o levam a questionar os objetivos da YoRHa, desvendando segredos perigosos.
A2 – Uma androide desertora com um passado trágico, marcada por traição e perda, que vive como uma guerreira solitária até cruzar o caminho de 2B e 9S.
Adam e Eva – Dois seres misteriosos ligados às máquinas, que representam diferentes facetas da busca pelo conhecimento e pela emoção, servindo como antagonistas complexos.
Mecânicas de Combate Flúidas

NieR: Automata se destaca por sua jogabilidade dinâmica, que mescla elementos de hack ‘n’ slash, shoot ‘em up e RPG em um sistema fluido e versátil. Desenvolvido pela PlatinumGames, conhecida por títulos como Bayonetta e Metal Gear Rising: Revengeance, o jogo oferece um combate rápido e estilizado, com movimentos ágeis, esquivas precisas e combos devastadores. Os jogadores podem alternar entre ataques corpo a corpo com espadas e armas pesadas, além de utilizar um Pod (um drone auxiliar) para ataques à distância, criando uma experiência de luta altamente personalizável.
Uma das mecânicas mais marcantes é a possibilidade de trocar entre diferentes chips, que funcionam como upgrades modulares para os androides. Esses chips permitem ajustar habilidades como regeneração de vida, aumento de dano, esquiva automática e até mesmo sistemas de auto-ataque, dando liberdade para o jogador adaptar seu estilo de jogo. Além disso, o sistema de lock-on e a capacidade de executar ataques aéreos e terrestres em sequência garantem um combate tão estratégico quanto cinematográfico.
Exploração e Múltiplas Campanhas
Exploração é outro ponto forte: o mundo aberto de NieR: Automata é repleto de áreas secretas, missões secundárias e easter eggs que aprofundam a lore do jogo. Andar a pé, usar um animal montável ou até mesmo voar com auxílio do Pod permite descobrir ruínas abandonadas, fábricas de máquinas e até referências a outros jogos da franquia Drakengard/NieR. A progressão não é linear, incentivando o jogador a revisitar locais com novas habilidades ou após desbloquear finais diferentes.
Por fim, o sistema de multiple playthroughs (jogadas múltiplas) é essencial para a experiência completa. Após o primeiro final, o jogador pode recomeçar a campanha sob a perspectiva de outro personagem (como 9S), revelando cenas inéditas, diálogos adicionais e até mecânicas exclusivas, como o hackeamento de inimigos. Essa estrutura inovadora transforma NieR: Automata em uma obra que exige mais de uma jornada para ser totalmente compreendida, integrando narrativa e gameplay de forma brilhante.
Curiosidades

NieR: Automata foi originalmente planejado como um jogo de terror: O diretor Yoko Taro revelou que, nos estágios iniciais de desenvolvimento, o jogo teria uma atmosfera mais sombria e assustadora, mas a ideia foi abandonada para manter o tom filosófico e existencialista que conhecemos hoje.
O jogo possui 26 finais diferentes: Embora apenas cinco sejam considerados “verdadeiros” (A a E), os outros 21 são finais cômicos ou trágicos que podem ser ativados por ações específicas, como remover o sistema operacional do personagem no meio da batalha.
A trilha sonora tem letras em uma língua fictícia chamada “Chaos Language“: O compositor Keiichi Okabe criou um idioma inventado para as músicas, misturando sons de várias línguas reais para transmitir emoções sem um significado literal.
2B quase não tinha visibilidade nas primeiras versões: Seu design original incluía uma saia ainda mais longa, que atrapalhava a jogabilidade; a equipe reduziu seu comprimento para melhorar a visão do jogador durante o combate.
Os inimigos “Pascal” e “Marx” têm nomes de filósofos: Referências a Blaise Pascal e Karl Marx refletem o tema do jogo sobre humanidade, sociedade e livre-arbítrio.
PlatinumGames quase recusou o projeto: A equipe inicialmente hesitou em trabalhar com Yoko Taro devido à sua abordagem não convencional, mas acabou criando um dos jogos mais aclamados da geração.