Call of Duty: Modern Warfare (2019) é um reboot da aclamada série Modern Warfare, desenvolvida pela Infinity Ward e publicada pela Activision. O jogo marcou um retorno à raiz mais realista e intensa da franquia, abandonando elementos futuristas presentes em títulos anteriores para se concentrar em um combate tático, gráficos hiper-realistas e uma narrativa sombria e cheia de nuances. A campanha single-player é elogiada por sua abordagem madura de conflitos modernos, explorando temas como terrorismo, guerra assimétrica e as consequências morais das ações dos soldados em campo.
Além da campanha envolvente, o jogo também trouxe um multiplayer robusto, com modos clássicos como Team Deathmatch e Search & Destroy, além de novidades como Ground War, que oferece batalhas em larga escala com até 64 jogadores. O sistema de armas foi reformulado para maior realismo, com personalizações detalhadas e um foco maior na estratégia de combate. O modo Warzone, um battle royale gratuito lançado posteriormente, também se tornou um fenômeno à parte, consolidando Modern Warfare como um dos títulos mais relevantes da geração.
Com uma direção de arte imersiva, dublagem de alta qualidade e uma jogabilidade polida, Modern Warfare não apenas reviveu a franquia, mas também a elevou a novos patamares, agradando tanto fãs antigos quanto novos jogadores em busca de uma experiência militar intensa e cinematográfica.
Enredo

O enredo principal se desenrola em um cenário geopolítico fictício, porém assustadoramente verossímil, começando com um ataque terrorista com armas químicas no coração de Londres. Este evento catastrófico serve como catalisador para uma crise internacional que envolve múltiplas nações e facções em conflito. A história acompanha três principais frentes de batalha entrelaçadas: as operações da SAS na Europa para prevenir novos ataques, as missões clandestinas da CIA no Oriente Médio e a luta da resistência Urzikstani contra forças de ocupação. Cada uma dessas narrativas oferece perspectivas distintas sobre o conflito, desde operações de precisão em ambientes urbanos até combates caóticos em zonas de guerra abertas.
Entre os momentos mais marcantes da campanha está a missão “Clean House”, uma incursão noturna em um prédio ocupado por terroristas que se destaca por seu realismo e tensão quase palpável. Outro ponto alto é a controversa missão “Highway of Death”, que faz referência a eventos históricos reais enquanto explora as consequências morais da guerra.
A narrativa se desenrola em missões variadas, desde infiltrações noturnas até confrontos urbanos em larga escala, sempre mantendo um tom tenso e realista. Uma das grandes forças do jogo é a maneira como humaniza seus personagens, mostrando suas motivações e dilemas, sem cair em maniqueísmos simplistas.
Personagens Principais
Capitão John Price – O icônico líder da SAS, mais sombrio e disposto a cruzar limites éticos para cumprir missões. Comanda operações globais com táticas implacáveis.
Sargento Kyle “Gaz” Garrick – Protagonista jogável e braço direito de Price. Representa o soldado de elite em evolução, aprendendo a questionar as consequências de suas ações.
Alex – Agente da CIA envolvido em operações clandestinas. Sua jornada explora os conflitos entre dever e moralidade em missões secretas.
Farah Karim – Líder da resistência Urzikstani e sobrevivente de ataques químicos. Sua luta mistura motivos pessoais com a defesa de seu povo.
General Roman Barkov – Principal antagonista, um general russo que usa métodos brutais em Urzikstan. Representa os excessos do poder militar sem controle.
Omar “O Lobo” Sulaman – Líder da Al-Qatala, um terrorista carismático que desafia as forças especiais em múltiplas frentes.
Tenente Simon “Ghost” Riley – Operador de apoio com visual icônico, que aparece em papéis secundários mas importantes.
Novas Mecânicas de Jogo e Multiplayer Renovado

O jogo introduziu diversas inovações mecânicas que elevaram o nível de realismo e imersão da franquia. O sistema de animações foi completamente reformulado, trazendo movimentos mais naturais e responsivos — como a possibilidade de correr com o rifle abaixado de forma tática e a mecânica de mounting, que permite apoiar a arma em superfícies para melhorar a estabilidade. A física balística também recebeu melhorias significativas: agora projéteis sofrem queda ao longo da distância e podem atravessar diferentes tipos de materiais, exigindo maior precisão e conhecimento do ambiente. Além disso, o sistema de dano se tornou mais estratégico, com impactos realistas — tiros nas pernas reduzem a mobilidade do inimigo, enquanto disparos na cabeça resultam em morte instantânea, incentivando abordagens mais táticas.
No modo multiplayer, Modern Warfare foi amplamente celebrado como um dos mais sólidos da série, por conseguir equilibrar tradição e inovação. Um dos principais destaques foi o modo Gunsmith, que revolucionou a personalização de armas ao oferecer mais de 60 acessórios distintos, permitindo ajustes minuciosos que afetam aspectos como recuo, alcance e mobilidade. Os mapas noturnos também marcaram presença, exigindo o uso de visão noturna (NVG) ou térmica, o que adicionou novas camadas de tensão e estratégia ao gameplay. Já o modo Ground War ampliou a escala das partidas, com confrontos de até 64 jogadores, uso de veículos e objetivos dinâmicos — em uma clara inspiração nos sistemas de combate em larga escala vistos na franquia Battlefield.
Lançamento de Warzone
Uma das adições mais impactantes foi Warzone, o modo battle royale gratuito lançado após o jogo principal, que rapidamente se tornou um fenômeno global por mérito próprio. Ambientado em Verdansk — um vasto mapa repleto de zonas urbanas, áreas abertas e pontos estratégicos — Warzone introduziu mecânicas inovadoras, como o sistema de economia baseado em saques e o icônico Gulag, onde jogadores eliminados podiam disputar um duelo em 1×1 para retornar à partida. A jogabilidade tensa, aliada à imprevisibilidade desses elementos, garantiu partidas dinâmicas e memoráveis. Outro diferencial foi a implementação do cross-play, permitindo que jogadores de PC, PlayStation e Xbox competissem juntos nos mesmos servidores — uma funcionalidade rara e ousada na época.
O jogo também trouxe o sistema de Operadores, que permitia aos jogadores escolher entre diversos personagens jogáveis, cada um com visuais e skins personalizadas. O progresso era compartilhado entre o multiplayer tradicional e o Warzone, o que incentivava os jogadores a transitarem entre os modos sem perder evolução. Essa integração, somada a um calendário robusto de atualizações — incluindo novos mapas, armas, modos temporários e eventos temáticos — manteve a base de jogadores ativa e engajada por um longo período, consolidando Warzone como um dos títulos mais relevantes da sua geração.
Curiosidades

O jogo quase teve um modo Battle Royale no lançamento: A Infinity Ward já desenvolvia o que seria o Warzone durante a produção do jogo, mas optou por lançá-lo posteriormente como um título gratuito para melhor polimento e impacto. Isso explica porque o multiplayer já tinha mecânicas como saque de armas e revives.
A famosa missão “Clean House” foi baseada em operações reais: Os desenvolvedores consultaram forças especiais para criar a tensão realista da incursão noturna, incluindo os protocolos de limpeza de cômodos e comunicação por gestos que os operadores usam em situações reais.
O Capitão Price foi recriado com um ator diferente: Barry Sloane substituiu o dublador original do personagem, trazendo uma versão mais sombria e madura do icônico líder da SAS, com traços faciais baseados no próprio ator.
As armas do jogo foram recriadas com detalhes obsessivos: Cada arma foi escaneada a laser de modelos reais, e os estúdios gravaram mais de 300 armas diferentes para capturar sons autênticos de disparos e recarregamentos.
Farah Karim é a primeira protagonista feminina em uma campanha da série Modern Warfare: Sua história como líder da resistência trouxe profundidade emocional rara em jogos de tiro militaristas.