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Dandara: Trials of Fear

Dandara: Trials of Fear

Em um universo bizarro onde os oprimidos estão à beira do esquecimento, Dandara despertou para remodelar o mundo.

Dandara: Trials of Fear é um jogo de plataforma em estilo metroidvania desenvolvido pelo estúdio brasileiro Long Hat House e publicado pela Raw Fury. Lançado originalmente em 2018, o game se destaca não apenas por sua jogabilidade inovadora — que desafia as leis da gravidade —, mas também pela forte inspiração na cultura brasileira e em figuras históricas como Dandara dos Palmares. O jogo traz uma atmosfera única, com trilha sonora envolvente e direção de arte minimalista, retratando um mundo surreal onde o jogador precisa explorar, lutar e libertar os oprimidos.

Além da mecânica singular de movimentação — onde a protagonista se desloca pulando entre superfícies e paredes — o título se destaca pela narrativa simbólica e poética. A edição Trials of Fear, lançada posteriormente, trouxe novos ambientes, chefes, habilidades e um aprofundamento da história, enriquecendo ainda mais a experiência para jogadores que buscam imersão e desafio em um universo que valoriza a resistência e a luta contra a opressão.

Enredo

Dandara: Trials of Fear
Imagem: Dandara: Trials of Fear (Raw Fury)

O jogo se passa no mundo fictício de Sal, um universo à beira da ruína, onde a liberdade foi suprimida e a criatividade foi sufocada por um regime opressor. A Terra de Sal, antes vibrante, está agora mergulhada em escuridão e controle. Dandara, a heroína do jogo, desperta como uma figura lendária capaz de desafiar a gravidade e reacender a esperança entre os habitantes oprimidos desse mundo.

Conforme o jogador explora as regiões de Sal, vai descobrindo diferentes personagens e comunidades que perderam sua liberdade e individualidade. Esses personagens são representações simbólicas de artistas, pensadores e rebeldes. Com cada nova área desbloqueada, Dandara enfrenta criaturas corrompidas e supera obstáculos impostos pela elite que controla a sociedade, os chamados “Criadores”.

Durante sua jornada, Dandara encontra personagens como Eldon e Buiú, figuras que ajudam a construir o pano de fundo emocional e político do jogo. Eldon representa o conhecimento reprimido e a esperança de reconstrução intelectual, enquanto Buiú encarna a dor dos marginalizados que aguardam por salvação. São essas interações que ajudam a tecer uma narrativa com camadas profundas, mesmo sem longos diálogos ou textos.

À medida que Dandara se fortalece e adquire novas habilidades, ela não apenas avança em sua missão como também restaura partes do mundo à sua antiga glória. O final da trama revela a importância da resistência coletiva e da valorização da cultura, encerrando a narrativa com uma mensagem poderosa sobre liberdade, empatia e transformação social.

Principais Personagens

Dandara – Protagonista e heroína da resistência, inspirada na figura histórica afro-brasileira. Ela é a única capaz de desafiar a gravidade e lutar contra o regime opressor.

Eldon – Um dos personagens simbólicos do jogo, representa o conhecimento e a esperança de um mundo melhor.

Buiú – Figura que encarna o sofrimento dos esquecidos e marginalizados, esperando por libertação.

Os Criadores – Antagonistas metafóricos que simbolizam o controle autoritário e a supressão da liberdade criativa e individual.

Ligação Cultural com o Brasil

Dandara: Trials of Fear
Imagem: Dandara: Trials of Fear (Raw Fury)

O jogo carrega profundas ligações culturais com o Brasil, começando pelo nome e pela protagonista, inspirada em Dandara dos Palmares — uma figura histórica real da resistência negra no período colonial. Dandara foi uma guerreira quilombola que lutou ao lado de Zumbi dos Palmares contra a escravidão, e sua presença no jogo simboliza luta, resistência e liberdade. A escolha de uma heroína negra, vinda da cultura afro-brasileira, representa um marco importante em um mercado de jogos que frequentemente negligencia essas vozes e histórias.

O mundo de Sal, por mais abstrato que pareça, reflete aspectos simbólicos da sociedade brasileira. Elementos como opressão, desigualdade, resistência cultural e apagamento da criatividade remetem ao contexto social e político do Brasil, tanto histórico quanto contemporâneo. A estética do jogo, os personagens e a própria construção narrativa evocam as dificuldades enfrentadas por minorias, artistas e pensadores em ambientes onde a liberdade é cerceada — tema ainda presente no país.

Além disso, a trilha sonora e o design visual apresentam influências que remetem a sons e texturas familiares ao imaginário brasileiro, ainda que de forma sutil e estilizada. Desenvolvido por um estúdio independente de Belo Horizonte (MG), o jogo também é um reflexo do crescimento da indústria criativa nacional e da capacidade de produzir obras com identidade própria, sem depender de fórmulas estrangeiras.

Recepção da Crítica

Dandara: Trials of Fear
Imagem: Dandara: Trials of Fear (Raw Fury)

Dandara: Trials of Fear foi amplamente elogiado pela crítica especializada, principalmente por sua originalidade, direção artística e relevância cultural. O site norte-americano Polygon destacou o jogo como uma experiência única no gênero metroidvania, ressaltando sua movimentação baseada em saltos gravitacionais como um diferencial inovador. Já o IGN elogiou o estilo visual minimalista e a forma como o jogo conseguiu criar uma identidade própria, mesmo em um mercado saturado de títulos do mesmo estilo. A publicação também apontou a importância de ter uma protagonista negra inspirada em uma figura histórica brasileira, algo ainda raro na indústria de games.

No Brasil, veículos como o The Enemy e a IGN Brasil também ofereceram avaliações positivas. O The Enemy elogiou o jogo por sua ambientação instigante, a trilha sonora envolvente e o valor simbólico que carrega, afirmando que Dandara vai além do entretenimento ao propor reflexões sobre identidade e resistência. Já a IGN Brasil apontou que, apesar de alguns momentos de dificuldade no controle da movimentação — principalmente nas versões mobile —, a experiência geral é recompensadora e enriquecedora para o jogador.

Produção ou colaboração de Lucas Morais em 16/jun/25, atualizado 16/jun/25 às 01h
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