Remnant: From the Ashes é um jogo de ação e sobrevivência em terceira pessoa lançado em 2019 pela Gunfire Games. Combinando elementos de tiro em estilo “soulslike” com um forte componente cooperativo, o jogo mergulha os jogadores em um mundo pós-apocalíptico dominado por entidades interdimensionais. A proposta mistura combate desafiador, gerenciamento de recursos, exploração e construção de personagem em uma jornada que pode ser enfrentada solo ou em modo cooperativo com até dois amigos.
Uma das características mais marcantes do título é seu sistema procedural de geração de mundos. Embora a campanha siga uma linha narrativa central, muitos elementos — como mapas, inimigos, eventos e até chefes — são gerados de maneira aleatória a cada nova jogada. Isso garante rejogabilidade alta e incentiva os jogadores a compartilharem experiências únicas. A jogabilidade se apoia fortemente em combates táticos e movimentação cuidadosa, com forte ênfase na escolha de armas, modificadores e estratégias.
Visualmente, o jogo apresenta cenários desolados, mas variados: desde cidades em ruínas até florestas alienígenas e desertos com arquitetura de outros mundos. A atmosfera é densa e carregada de mistério, reforçada por uma trilha sonora sombria e um design de som que valoriza tanto a tensão quanto o impacto das batalhas. O jogo também se destaca por equilibrar bem momentos de ação frenética com pausas para diálogos e exploração.
Enredo

A trama de Remnant: From the Ashes se passa em um futuro onde a Terra foi devastada por uma força interdimensional conhecida como “A Raiz” (The Root). Essas criaturas monstruosas surgiram através de fendas dimensionais e destruíram boa parte da civilização humana. O jogador assume o papel de um sobrevivente anônimo, que parte em uma missão para encontrar um lugar mítico chamado Torre, que supostamente guarda respostas sobre a origem da Raiz — e talvez uma forma de combatê-la.
Ao chegar à base dos Sobreviventes, chamada Fundação 13, o protagonista se une a um pequeno grupo de humanos que ainda resiste. A partir daí, a missão ganha novos contornos: o jogador é encarregado de viajar por diferentes mundos em busca de tecnologia, aliados e conhecimento que possam ajudar na luta contra a ameaça interdimensional. Essas viagens acontecem através de pedras místicas chamadas Cristais Mundiais, que funcionam como portais para realidades alternativas.
Cada mundo visitado tem sua própria cultura, história e perigos. Por exemplo, Rhom é um planeta desértico assolado por tecnologia esquecida e disputas entre raças, enquanto Corsus é um pântano tomado por insetos mutantes e liderado por uma entidade autoritária. Nesses mundos, o jogador encontra personagens que tanto podem ajudar quanto atrapalhar, dependendo das decisões tomadas — algumas com consequências narrativas mais profundas.
Embora o enredo principal siga uma linha relativamente direta, muitos detalhes e histórias estão escondidos em diálogos opcionais, descrições de itens e textos encontrados pelo cenário. Isso recompensa jogadores atentos e curiosos. A narrativa é construída de maneira sutil, incentivando a exploração e o envolvimento com os mistérios dos mundos paralelos.
Principais Personagens
Apesar de o protagonista não ter um nome ou passado definido, há personagens importantes que conduzem a história:
Ford (Andrew Ford): ex-líder da Fundação 13, foi o primeiro a explorar a Torre e buscar respostas sobre a Raiz. Sua ausência é o gatilho para a jornada do protagonista.
Ellen Ford: filha de Ford e engenheira da base. Ajuda o jogador a ativar os portais e manter a resistência funcionando.
Reis Imortal (Undying King): governante tirânico do mundo de Rhom. Oferece ajuda ao jogador, mas impõe uma missão com consequências morais duvidosas.
Iskal Queen (Rainha Iskal): líder do mundo de Corsus. Comanda uma colmeia de criaturas corrompidas e também propõe uma aliança em troca de favores questionáveis.
Clémentine: jovem enigmática ligada aos segredos da Torre e aos experimentos envolvendo realidades alternativas. Sua história é revelada em partes ao longo da trama.
Root Harbinger (Arauto da Raiz): criatura que serve como mensageira da Raiz. Representa uma ligação direta entre o protagonista e a ameaça interdimensional.
Recursos, Progressão e Modo Cooperativo

Um dos grandes diferenciais de Remnant: From the Ashes é o seu sistema de geração procedural. Embora os mundos e regiões sigam estruturas básicas, a disposição de inimigos, chefes, eventos e segredos muda a cada nova campanha. Isso garante uma experiência sempre nova e imprevisível, mesmo para jogadores veteranos. Além da variedade de combates, essas alterações também afetam partes da narrativa, com diálogos e missões secundárias que variam conforme o percurso do jogador.
A progressão do personagem é baseada em um sistema de traços (traits), que funcionam como bônus passivos. Esses traços são desbloqueados ao longo da jornada e aprimorados com pontos obtidos em combate. Eles oferecem vantagens como aumento de vida, resistência, precisão, agilidade e muito mais. Como não há classes fixas, o jogador pode adaptar seu estilo conforme as armas, equipamentos e traços escolhidos, criando builds únicas para lidar com os desafios.
Outro elemento central da jogabilidade são os mods de armas, que funcionam como habilidades especiais acopláveis. Esses mods permitem desde lançar ataques elementais e criar escudos protetores até invocar criaturas ou curar aliados. A escolha do mod adequado pode ser decisiva em confrontos mais exigentes, especialmente durante batalhas contra chefes ou em modos de dificuldade mais altos.
Remnant também se destaca pelo suporte ao modo cooperativo online, permitindo que até três jogadores encarem a campanha juntos. O nível de desafio se ajusta automaticamente ao número de participantes, tornando os inimigos mais resistentes e agressivos. O jogo favorece o trabalho em equipe, com mecânicas de reviver aliados e dividir funções táticas. Ainda assim, a campanha pode ser completada solo — o que exige atenção redobrada e domínio das mecânicas.
Curiosidades

O jogo foi inspirado em Dark Souls e Bloodborne: os desenvolvedores queriam criar um “Soulslike com armas de fogo”, combinando combate difícil com mecânicas de progressão e esquiva.
Remnant não tem classes fixas: em vez disso, o jogador molda seu estilo de jogo combinando armas, armaduras, traços e mods, o que permite grande liberdade na construção do personagem.
A Torre, um dos elementos centrais da história, é uma referência aos arquétipos de realidades paralelas: ela representa o elo entre mundos e a raiz do mal que assola todos os planos visitados.
Há decisões morais com impacto real: interações com certos NPCs e chefes podem alterar o rumo de missões e recompensas, fazendo com que escolhas do jogador tenham consequências tangíveis.
O modo cooperativo pode influenciar a dificuldade e a narrativa: com mais jogadores, os inimigos ficam mais fortes, mas também surgem eventos que só aparecem no modo multiplayer.