Metal Gear Solid V: The Phantom Pain (2015) é um jogo de ação e stealth desenvolvido pela Kojima Productions e publicado pela Konami. Dirigido por Hideo Kojima, o título é a nona entrada principal na série Metal Gear e serve como uma conclusão para a cronologia da franquia, explorando as origens do antagonista Big Boss. O jogo se destaca por sua jogabilidade aberta, permitindo que os jogadores abordem missões com liberdade estratégica, seja através do combate direto, infiltração furtiva ou uso de gadgets e companheiros. Com gráficos impressionantes para a época, um sistema de inteligência avançado para os inimigos e uma narrativa cinematográfica, The Phantom Pain é considerado uma das obras-primas do gênero.
Além da jogabilidade inovadora, o jogo apresenta uma trilha sonora marcante, composta por artistas como Ludvig Forssell, e uma atmosfera imersiva que mistura temas como guerra, vingança e identidade. Apesar de sua narrativa fragmentada e alguns elementos considerados incompletos devido a conflitos durante o desenvolvimento, The Phantom Pain recebeu aclamação da crítica e dos fãs, consolidando-se como um dos melhores jogos da geração.
Enredo

O jogo se passa em 1984, nove anos após os eventos de Metal Gear Solid V: Ground Zeroes, e segue a jornada de Venom Snake, um mercenário que acorda de um coma após um ataque que destruiu sua base, a Mother Base, e matou muitos de seus companheiros. Acompanhado por seu fiel aliado Ocelot e pela misteriosa Quiet, Snake parte em uma missão de vingança contra a organização XOF, liderada por Skull Face, o responsável pelo ataque. A trama explora temas como perda, manipulação e a natureza cíclica da violência, enquanto Snake reconstrói seu exército privado, a Diamond Dogs, e enfrenta inimigos sobrenaturais, como os Skulls, soldados com habilidades paranormais.
Conforme a história avança, Snake descobre que Skull Face planeja usar uma arma linguística chamada Metal Gear Sahelanthropus para dominar o mundo através do controle da comunicação. A narrativa também revela segredos chocantes sobre a identidade de Venom Snake e sua conexão com Big Boss, adicionando camadas de complexidade ao enredo. Enquanto luta contra forças externas, Snake também enfrenta conflitos internos, como a lealdade de seus subordinados e os fantasmas de seu passado.
O jogo culmina em um confronto épico contra Sahelanthropus e uma revelação que redefine o legado de Big Boss. No entanto, The Phantom Pain deixa várias questões em aberto, intencionalmente ou não, refletindo o tema central de “fantasmas” e verdades incompletas. O final ambíguo e a natureza fragmentada da narrativa geraram debates entre os fãs, mas também solidificaram o jogo como uma experiência única e filosófica.
Principais Personagens
Venom Snake (Big Boss / Punished Snake): O protagonista, um guerreiro marcado pela traição e pela busca por vingança.
Skull Face: O principal antagonista, líder da XOF, que busca vingança contra Zero e os EUA.
Quiet: Uma assassina silenciosa com habilidades sobre-humanas e um passado ligado a Snake.
Revolver Ocelot: Aliado leal de Snake, responsável por interrogatórios e operações táticas.
Kazuhira Miller (Master Miller): Co-comandante da Diamond Dogs, obcecado por retaliação após perder tudo no ataque da XOF.
Huey Emmerich: Cientista por trás do Metal Gear Sahelanthropus, envolvido em conspirações.
Curiosidades

O Desenvolvimento Conturbado e o “Capítulo 3” Inacabado:
O jogo teve um desenvolvimento turbulento devido aos conflitos entre Hideo Kojima e a Konami, resultando em cortes de conteúdo. Originalmente, existiria um Capítulo 3: Paz, que foi parcialmente encontrado nos arquivos do jogo por dataminers. Ele envolveria uma conclusão mais satisfatória para a trama, mas foi abandonado, deixando o final do jogo mais aberto e enigmático.
Quiet e Sua Mecânica Única:
A personagem Quiet não fala durante o jogo (exceto em uma cena crucial), e sua ausência de diálogo tem uma explicação na lore: ela respira por meio da pele devido a parasitas que a tornam vulnerável à água. Por isso, se ela usasse roupas normais, sufocaria. Curiosamente, se o jogador tentar vesti-la com roupas pesadas, ela se recusa e até mesmo pode abandonar a equipe temporariamente.
O Easter Egg da Nuke (Desarmamento Nuclear Global):
Hideo Kojima incluiu um easter egg secreto que só pode ser ativado se todos os jogadores online do mundo desarmarem suas armas nucleares no modo Metal Gear Online. Se isso acontecesse, um cutscene especial seria liberado, simbolizando a paz mundial. No entanto, devido à dificuldade de coordenação e à presença de jogadores que continuavam construindo nukes, esse evento nunca ocorreu naturalmente.
O Fantasma de “The Man Who Sold the World”:
No início do jogo, o jogador encontra um personagem misterioso chamado Ishmael, que ajuda Venom Snake a escapar do hospital. Em uma cena, ele canta “The Man Who Sold the World” (música de David Bowie que também inspirou o nome de uma missão). Essa canção é uma referência ao tema de identidade e dualidade, algo central na trama do jogo.
Recepção da Crítica

Metal Gear Solid V: The Phantom Pain foi aclamado pela crítica, recebendo notas altas de veículos como IGN (10/10), que elogiou sua jogabilidade aberta e liberdade tática, chamando-o de “quase perfeito”, e GameSpot (10/10), que o considerou “o melhor jogo de stealth já feito”. Outros, como Polygon (9.5/10) e Eurogamer, destacaram a profundidade estratégica e a inteligência artificial adaptativa, que obriga o jogador a variar táticas constantemente.
Com mais de 60 prêmios de “Jogo do Ano” em 2015, The Phantom Pain consolidou-se como um marco do gênero, mesmo com suas imperfeições. Sua influência é visível em jogos posteriores, como Death Stranding (também de Kojima), e sua recepção crítica reforça seu legado como uma experiência inovadora, mesmo anos após seu lançamento.