A Microsoft confirmou uma nova rodada de demissões, conforme já vinha sendo especulado desde a semana passada. A empresa dispensou cerca de 4% de sua força de trabalho, o que representa aproximadamente 9.100 funcionários, de acordo com informações apuradas pela Variety.
Vale destacar que essa é apenas mais uma de várias rodadas de demissões promovidas pela Microsoft nos últimos anos. Em janeiro deste ano, a empresa já havia cortado cerca de 1% de seu quadro total de funcionários. Em maio, mais 6 mil colaboradores foram dispensados, seguidos por outros 300 em junho. Somente em 2023, a gigante da tecnologia demitiu mais de 10 mil pessoas, o que evidencia que as demissões em massa têm se tornado uma prática recorrente na estratégia recente da companhia.
Estúdios de jogos são afetados pela nova onda de cortes

Os cortes também atingiram de forma significativa a divisão Xbox. De acordo com a Bloomberg, funcionários da Zenimax — empresa controladora da Bethesda — e da King, responsável por títulos mobile como Candy Crush Saga, estão entre os afetados por essa nova rodada de demissões. A King, por exemplo, deverá dispensar cerca de 10% de sua equipe, o que representa aproximadamente 200 funcionários.
Além disso, as demissões levaram ao fechamento do estúdio The Initiative e ao cancelamento do novo Perfect Dark. A Rare, responsável por Everwild, também foi impactada, resultando no cancelamento do jogo. Estúdios de suporte da franquia Call of Duty sofreram cortes, e cerca de metade da equipe de desenvolvimento de Forza Motorsport perdeu seus empregos.
No entanto, nesta nova rodada de cortes, aproximadamente 2 mil profissionais da divisão Xbox teriam sido afetados, enquanto os outros 7 mil desligamentos ocorreram em diferentes departamentos da Microsoft, com maior concentração fora dos Estados Unidos. Na leva anterior, em maio de 2025, quando 6 mil funcionários foram demitidos, a maior parte das dispensas se concentrou na sede da empresa em Redmond, Washington.
Demissões em massa refletem estratégia focada em IA
De acordo com o The Seattle Times, embora a presença de tecnologias generativas tenha influência no cenário, o principal motivo por trás das demissões em massa seria a intenção da Microsoft de liberar recursos para investir em Inteligência Artificial. Somente em 2025, mais de 15 mil funcionários já foram desligados em diversas áreas, como Windows, Xbox, Surface e, principalmente, no departamento de vendas — apontado como um dos mais impactados até o momento.
A Microsoft tem apostado fortemente na Inteligência Artificial, concentrando grande parte de seus investimentos nessa área. Um dos principais passos foi a integração do assistente Copilot ao pacote Office, além da disponibilização de ferramentas de IA para uso interno por seus funcionários.
A empresa enxerga a IA como uma tecnologia transformadora, com impacto comparável ao da eletricidade na sociedade. Internamente, a Microsoft também prevê uma mudança de perfil profissional, onde dominar a IA será tão importante quanto saber programar foi na última década.
A corrida pela liderança em Inteligência Artificial aumenta as pressões sobre a Microsoft. Tendo sido pega de surpresa pela revolução da computação em nuvem no passado, a empresa está determinada a não cometer o mesmo erro novamente. Só em 2025, a Microsoft investiu cerca de US$ 80 bilhões em infraestrutura dedicada à IA, reforçando seu compromisso com essa tecnologia.
Com os gastos crescendo e sem um prazo claro para o retorno do investimento, a Microsoft está reduzindo custos. Isso coloca em risco até mesmo os funcionários que escolheram a empresa por sua cultura organizacional.