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Dissecando a administração que levou o Santos ao pesadelo da Série B

O primeiro rebaixamento causa uma ruptura quase irreparável na imagem do time. No entanto, sempre existem formas de reverter essa situação.
Lucas Morais em 28/jan/24, atualizado 9/mar/24 às 09h – Compartilhe
Santos em jogo. Acervo do Wikimedia Commons.
Santos em jogo. Acervo do Wikimedia Commons.

Quando um clube grande cai pela primeira vez, sempre há uma comoção diferente por parte dos torcedores. O primeiro rebaixamento causa uma ruptura quase irreparável na imagem do time. Há quem diga, inclusive, que o rebaixamento é uma mácula indelével na história de um clube. No entanto, sempre existem formas de reverter essa situação.

Todos concordamos que o rebaixamento não é o fim do mundo, muitos times já caíram e voltaram muito bem. No entanto, a questão relacionada ao rebaixamento do Santos é mais “traumática” pelo fato do time ter sucessivas gestões mal sucedidas, fato esse que foi, aos poucos, minando a equipe e fazendo-a agonizar até seu rebaixamento em 2023 com requintes de crueldade.

Diante de tumultos políticos internos, constantes mudanças na liderança técnica e conflitos de comportamento envolvendo (pretensas) estrelas da equipe, é inegável que o Santos não contribuiu para o próprio sucesso. Agora, a participação no “Brasileirão Rei”, a primeira edição do torneio após a perda de Pelé, o ícone máximo da história do clube, ficará marcada principalmente pelo intenso desejo de ser relegada ao esquecimento.

Mau planejamento e problemas extracampo condenaram a temporada santista

Apesar dos insucessos contínuos ao longo da temporada, o elenco do Santos ainda contava com algumas das mais destacadas jovens promessas do futebol brasileiro, especialmente no setor ofensivo, onde despontaram talentos como Marcos Leonardo, Ângelo e Deivid Washington. No entanto, devido à complicada situação financeira, a equipe acabou seduzida por propostas do exterior, resultando em acordos de transferência.

Escudo do Santos. Acervo do Wikimedia Commons.
Escudo do Santos. Acervo do Wikimedia Commons.

A proposta de R$160 milhões apresentada pelo Chelsea, da Inglaterra, foi irresistível. Deivid e Ângelo foram para o futebol inglês, enquanto Marcos Leonardo, ainda que a contragosto, ficou até o fim do Brasileirão. A bem da verdade, Marcos teve bons momentos no campeonato, chegando a balançar as redes 13 vezes.

Mas é inegável que o time perdeu força com a saída desses jovens jogadores. Além disso, problemas extracampo também aconteceram. O zagueiro Bauermann foi um dos primeiros jogadores a se envolver com o esquema relacionado a casas de apostas ilícitas e com isso, foi punido com 360 dias sem poder entrar em campo.

Além desse episódio, houve um caso de indisciplina grave; na antevéspera do confronto contra o Coritiba, válido pela 37ª rodada, o atacante Marcos Leonardo compareceu à apresentação da equipe com atraso. O jogador também parecia estar bastante alterado, como se estivesse sob efeito de álcool, possivelmente embriagado.

O atacante Yeferson Soteldo, um dos jogadores de destaque na equipe, também foi suspenso no mês de julho devido a um incidente disciplinar envolvendo o treinador Paulo Turra, que estava no comando da equipe naquela altura.

Rebaixamento do Santos tem um nome: Andrés Rueda

Todas essas falhas de planejamento e de comando interno do Santos Futebol Clube foram obras de um homem que demonstrou, por várias vezes, sua total inaptidão para ocupar o cargo de presidente de um time tão importante do futebol nacional. A gestão de Rueda foi um verdadeiro ode à incompetência e à mediocridade.

Apenas em 2023, O Santos de Rueda teve cinco treinadores distintos: Odair Hellmann, Claudiomiro Santiago (interino), Paulo Turra, Diego Aguirre e Marcelo Fernandes, todos sem sucesso na missão de preservar o clube na elite do futebol nacional. Em 3 anos, o Santos teve 9 treinadores, a maioria com perfis diferentes e visões de futebol distintas. Isso mostra uma total falta de critério na escolha dos treinadores.

Quanto às finanças, Andrés Rueda também parece ter dado aula de incompetência. Para o ano de 2024, os danos financeiros referentes aos direitos de TV giram em torno de 80 a 90 milhões de reais. Isso porque além da discrepância existente entre os ganhos com direitos de transmissão da Série A em relação a Série B, o Santos também deixou de receber 16 milhões de reais que seriam pagos se a equipe tivesse conseguido se manter na primeira divisão.

O clube terá em torno de 20% de receita a menos em 2024. Para tapar o buraco, precisou vender jogadores, como Marcos Leonardo. Com a nova gestão de Marcelo Teixeira, o Santos espera retornar à elite do futebol brasileiro já no ano que vem, mas trabalhará com uma margem mínima para erros.

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