No futebol brasileiro, muitas vezes os clubes enfrentaram problemas com modelos antigos e injustos que controlavam como os jogos eram mostrados na TV e outros direitos. Isso acabava criando desigualdades entre os clubes. Para tentar resolver isso e ter mais justiça, os times se uniram para formar organizações para negociar essas questões todos juntos.
A Libra, foi a primeira Liga Brasileira a ser formada para discutir, sobretudo, direitos de transmissão nos bastidores do futebol, o grupo é formado por: ABC, Atlético-MG, Bahia, Brusque, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Paysandu, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo e Vitória. A Libra negociou recentemente seus direitos de transmissão com a Globo, de forma coletiva e tentando eliminar os privilégios que grandes times tinham direito em anos anteriores.
Além da Libra, há um grupo chamado LFF (Liga Futebol Forte), que é formado por 11 times de série A e B, sendo eles: Athletico-PR, Atlético-GO, Criciúma, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco. O Objetivo dos dois é parecido, mas nesse artigo, nós vamos tentar deixar ainda mais claro o que é cada um dos grupos, e o que eles buscam.
Por que é importante ter uma liga no Brasil pra discutir direitos de transmissão?
A estrutura dos ganhos sobre direitos de transmissão estava muito mais do que defasada, essa era uma constatação simples de se fazer. Dessa forma, surgiu em 2022 a ideia de criar uma liga que representa os interesses coletivos dos clubes, possibilitando uma abordagem mais estratégica e coerente ao lidar com questões relacionadas aos direitos de transmissão. Nesse contexto, Libra e LFF foram criadas.
A importância da criação dessas ligas é conseguir trabalhar em conjunto, uma vez que, desta forma, os clubes têm mais poder de barganha para obter contratos mais justos e vantajosos com as emissoras de televisão e outras plataformas de mídia. Uma boa organização interna das ligas também pode ajudar a garantir uma distribuição mais equitativa das receitas de transmissão entre os clubes, promovendo assim uma maior competitividade e sustentabilidade financeira no futebol brasileiro.
O que propõem a Libra e a LFF?
A Libra e a Liga Forte do Futebol (LFF) são dois grupos diferentes, porém com um objetivo comum: unir os clubes visando estabelecer uma Liga Brasileira, encarregada da gestão dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, atualmente administrado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Ambas as partes buscam convergir propostas e elaborar um modelo que seja atrativo para os clubes das Séries A e B. No entanto, o principal obstáculo reside na distribuição das receitas entre as agremiações, o que dificulta a unificação de ambos os grupos. Atualmente, cada clube brasileiro tem optado por apoiar ou a Libra ou a LFF de acordo com seus próprios interesses.
A proposta da Libra é estabelecer um equilíbrio na distribuição das receitas ao longo de um período de até 5 anos, denominado de transição. Durante esse período, clubes como Flamengo e outros times grandes, que atualmente recebe uma parcela maior dos direitos de TV em comparação com outros, estarão nivelados aos demais. Esse processo de equalização será gradual ao longo da transição.
Por sua vez, a LFF (Liga Forte do Futebol) propõe que a divisão de receitas entre os clubes seja implementada a partir da temporada de 2025. Este é o momento em que um novo contrato de cotas de TV poderia ser firmado por todos os times, dando início efetivamente a uma nova era nas cotas de TV no Campeonato Brasileiro.
O obstáculo para o acordo entre as duas ligas reside na disparidade nas receitas de direitos televisivos que cada clube recebe do Campeonato Brasileiro, sendo que essa disparidade chega a ser de até 6 vezes entre os times atualmente. Tanto a LFF quanto a Libra buscam reduzir essa diferença para até 3,5 vezes, porém, cada uma delas tem abordagens distintas para alcançar esse objetivo.