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O que ajuda a explicar o colapso do Botafogo em 2023?

O roteiro foi o mais cruel possível com os torcedores. O time perdeu jogos com viradas inacreditáveis e de forma seguida.
Lucas Morais em 9/jan/24, atualizado 9/mar/24 às 09h – Compartilhe
Botafogo. Acervo do Flickr. Creative Commons.
Botafogo. Acervo do Flickr. Creative Commons.

Após fazer um primeiro turno praticamente perfeito e abrir 13 pontos de vantagem para o segundo colocado, o Botafogo “conseguiu” a façanha de colapsar totalmente a ponto de chegar na última rodada do Brasileirão sem sequer ter chance de levantar a taça.

Já vimos times que colapsaram de forma parecida em algumas edições anteriores, como em 2009 e 2020, mas nenhum deles chegou perto do que foi o Botafogo nesta temporada. O roteiro foi o mais cruel possível com os torcedores, o time perdeu jogos com viradas inacreditáveis e de forma seguida e, aos poucos, foi sucumbindo diante dos rivais.

Mas quais seriam as razões que levaram o Botafogo a esse momento tão infame de sua história? Da impressionante campanha no primeiro turno aos números que lembram um time rebaixado no segundo, diversos fatores contribuíram para o desfecho melancólico do ano para o Alvinegro Carioca. Nesse artigo falaremos de alguns deles.

Trocas de comando técnico e falta de liderança

O início avassalador do Botafogo no Campeonato Brasileiro se deu quando o técnico português Luís Castro estava no comando da equipe. O sucesso do treinador alvinegro chamou a atenção do Al Nassr, time de Cristiano Ronaldo. Castro acabou deixando o Botafogo após 12 rodadas do Brasileirão. No entanto, a vantagem ainda era grande, o time somava 30 pontos e era líder isolado.

Para o lugar de Castro, chegou o interino Cláudio Caçapa que acumulou quatro vitórias em quatro jogos, aumentando mais ainda a liderança do Botafogo. No entanto, a condição de Caçapa era de interino, não de técnico efetivado. Dessa forma, o Botafogo foi atrás de Bruno Lage para assumir o comando técnico da equipe.

Vale ressaltar que, apesar de também ser português – assim como Luís Castro – o estilo de Lage é completamente diferente, são dois perfis distintos de treinador. O elenco não se adaptou a Bruno Lage e os resultados pioraram significativamente, o desgaste entre os jogadores e o técnico fez com que o Botafogo demitisse Lage após uma passagem breve, porém marcante (negativamente).

Torcida do botafogo. Acervo do Wikimedia Commons.
Torcida do botafogo. Acervo do Wikimedia Commons.

Foi nesse momento que a derrocada do Botafogo começou. Os jogadores praticamente “escolheram” o novo técnico: Lúcio Flávio. A gestão acolheu a sugestão dos jogadores e efetivou Lúcio Flávio como treinador, mas, como você pode imaginar, não houve um critério muito claro para essa escolha, fato que caracteriza uma má gestão de futebol.

Lúcio Flávio conseguiu ser ainda pior que Bruno Lage e colecionou fracassos gigantescos junto com o elenco que o escolhera. A diretoria, já desesperada, tentou uma cartada final trazendo Thiago Nunes, que estava no futebol peruano. No entanto, o estrago já estava feito. O Botafogo chegou na última rodada “morto” para o título, algo impensável no início do campeonato.

Psicológico abalado também foi um fator

Uma equipe vencedora é feita de jogadores vencedores. Essa máxima do futebol pode parecer um clichê óbvio, mas não é. Digo isso, porque para lidar com o sucesso é preciso ter um grande preparo psicológico – além de técnico – e isso só é possível quando você tem jogadores que já alcançaram o sucesso em algum momento da carreira.

Quando o dono do time, John Textor, deu uma entrevista coletiva no começo do Campeonato Brasileiro, disse que o Botafogo era um time de “ninguéns”, mas que iria construir sua própria história. Acontece, que o futebol não perdoa erros, por mínimos que sejam, e nenhum desses atletas do elenco do Botafogo possui uma história vencedora. Para eles, esse era o grande momento de suas carreiras e nem todos lidaram bem com isso.

A sequência de jogos contra Palmeiras e Grêmio mostrou isso de forma categórica. Tanto Palmeiras, quanto Grêmio foram atropelados no primeiro tempo em seus jogos contra o Botafogo no segundo turno. Porém, voltaram do vestiário determinados a mudar o panorama, enquanto o Alvinegro ia se entregando, não mostrando resposta e nem equilíbrio emocional.

A falta de concentração em alguns outros jogos também custou pontos preciosos ao Botafogo. Os empates sofridos contra Bragantino, Santos e Coritiba saíram de erros semelhantes de concentração, típico de um time que virou passageiro da agonia nas rodadas finais.

É difícil explicar com exatidão o que aconteceu com esse time, que parecia imbatível em determinados momentos, mas que não conseguiu sequer ser medíocre nos momentos derradeiros. Como dito anteriormente, o futebol não perdoa erros, nem das equipes mais hábeis.

O torcedor alvinegro ainda terá que esperar mais para ver seu time levantar a taça de campeão brasileiro.

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