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Oscar Schmidt: A carreira do ícone incontestável do basquete brasileiro

A carreira do maior "cestinha" da história do basquete brasileiro e também um dos maiores nomes do esporte mundial.
Lucas Morais em 11/abr/24, atualizado 11/abr/24 às 17h – Compartilhe
Oscar Schmidt arremessando a bola. Arquivo/CBB.
Oscar Schmidt arremessando a bola. Arquivo/CBB.

O maior cestinha da história do basquete brasileiro e um dos maiores nomes do esporte mundial completou 66 anos em 2024. Oscar Schmidt é e sempre será uma referência para todos que amam o basquetebol, sobretudo aqui no Brasil.

Conhecido também simplesmente como “Mão Santa”, Oscar deixou uma marca indelével na memória de todos que tiveram a chance de vê-lo jogar. Sua carreira extraordinária é um conto de persistência, paixão e pura genialidade nas quadras.

Nesse artigo do Eu, Brasileiro resolvemos fazer uma homenagem a este ícone incontestável do basquete brasileiro e falamos mais sobre o início de sua carreira, seus feitos históricos e as adversidades que ele enfrentou com coragem e determinação.

O início da carreira e a mudança para São Paulo

Oscar nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte e, desde cedo, ele mostrou um dom natural para o basquete. Nas quaras da cidade, ele já exibia habilidades impressionantes, driblando e arremessando com muita destreza, o que muitas vezes impressionava quem o via jogar.

Aos 14 anos, Oscar mudou-se para São Paulo em busca de oportunidades melhores para desenvolver seu talento no esporte. Foi lá que ele começou a chamar a atenção dos olheiros e treinadores, graças à sua capacidade de marcar pontos com facilidade e precisão.

Em 1974, aos 16 anos de idade, Oscar começou a sua carreira profissional pelo time de basquete do Palmeiras. Por lá, rapidamente se destacou, sendo convocado para a seleção juvenil de basquete.

Em 1977, ele foi eleito melhor pivô do campeonato sul-americano. O Bom desempenho do jovem Oscar com a seleção brasileira juvenil, fez com que ele conseguisse seu espaço na seleção principal.

Já com a camisa do time principal do Brasil, Oscar começou com tudo: foi campeão sul-americano e ganhou uma medalha de bronze no campeonato mundial das Filipinas, em 1978.

O ótimo desempenho representando o Brasil fez com que Oscar fosse convocado para jogar os Jogos Olímpicos de 1980, em Moscou. Lá, Schmidt mostrou sua incrível capacidade de pontuar e marcou 169 pontos durante as Olimpíadas.

Do Brasil para o mundo, a passagem de Oscar pela Itália

No ano de 1982, Oscar já era um ídolo do basquetebol nacional, mas ainda não tinha se aventurado em quadras estrangeiras. No entanto, isso tudo mudou quando o técnico Bogdan Tanjevic, viajou ao Brasil para tentar levar Oscar para o Juvescarta, time que treinava em Caserta, na Itália.

E então durante 11 temporadas, Oscar desbravou as quadras italianas, sendo 8 delas pelo Juvecaserta e as 3 restantes pelo Pavia. Esse período representou uma das fases mais intensas de sua carreira, proporcionando-lhe a oportunidade de elevar seu jogo a um novo patamar e consolidar-se como um dos principais cestinhas cobiçados pelos clubes europeus. Ao longo de sua trajetória na Itália, Oscar deixou sua marca com 13.957 pontos marcados, tornando-se o primeiro jogador a ultrapassar a incrível marca de 10 mil pontos no Campeonato Italiano. Em uma partida memorável contra o Fernet Branca, Oscar anotou incríveis 66 pontos, estabelecendo-se como um dos recordistas de pontos em um único jogo na história da liga italiana.

Passagem pela seleção brasileira e a consolidação do ídolo

Apesar de ter carinho por todos os clubes em que jogou, a seleção brasileira sempre teve um lugar especial no coração de Oscar. Em 1984, Oscar teve a chance de participar de sua segunda Olimpíada, realizada em Los Angeles, onde mais uma vez deixou sua marca ao também anotar 169 pontos durante a competição, igual às Olimpíadas.

O desempenho de Oscar foi tão excepcional que despertou interesse do New Jersey Nets, da cidade de Nova York, que tentou contratá-lo após o torneio. Embora tenha se sentido lisonjeado com a proposta, a paixão de Oscar pela seleção nacional falou mais alto. Ele recusou o convite da NBA para que isso não o impedisse de representar o Brasil em competições futuras.

Esse “não” de Oscar Schmidt para a NBA foi um verdadeiro marco na sua carreira e uma grande demonstração de amor ao seu país. Ele abriu mão do sonho de jogar na maior liga do planeta para seguir jogando com seu país. A escolha dele foi brindada pela enorme conquista do Panamericano de 1987. No torneio, disputado nos Estados Unidos, Oscar ajudou o Brasil a vencer a, então imbatível, seleção americana, que é considerada uma líder mundial no esporte até hoje. Essa foi, sem dúvidas, a maior conquista do cestinha brasileiro. Oscar estava simplesmente imparável nessa partida e anotou 46 pontos para dar a vitória ao Brasil por 120 a 115.

Final Panamericano de 1987 contra Estados Unidos.

Em 1988, Oscar joga muito, quebra recorde, mas a medalha não veio

Após o Panamericano, o Brasil disputou a Olimpíada de Seul, em1988. A equipe tinha Oscar no auge e estava em um grande momento. Logo na partida contra a Espanha, Schmidt mostrou a que veio. O “Mão Santa” estava simplesmente imparável! Ele marcou 55 pontos na partida contra os espanhóis, que tinham um dos melhores times do mundo na época. A atuação de Oscar quebrou o recorde de pontos histórico das Olímpiadas, nenhum jogador antes dele tinha marcado tantos pontos em um só jogo.

Por conta do chaveamento, a seleção brasileira teve que fazer um jogo de vida ou morte contra o maior time de basquete daqueles jogos, a temida União Soviética. Mais uma vez, Oscar fez um grande jogo, marcou 46 pontos e manteve o Brasil vivo em toda a partida. No entanto, a equipe soviética do lendário Avrydas Sabonis era muito forte e acabou vencendo a partida por 110 a 105.

Oscar também conseguiu algo que nenhum outro jogador brasileiro conseguiu antes ou depois dele até o momento da edição desta matéria, fazer com que o Brasil inteiro não só se interessasse pelo basquete da seleção, mas sentisse orgulho dela. Ele é um grande líder de uma geração que deu enormes alegrias ao povo brasileiro no esporte.

O reconhecimento internacional de Oscar como jogador é a prova do seu desempenho. Em 2013 ele entrou para o Hall da Fama do Basquete. Em uma cerimônia celebrada nos Estados Unidos, o nosso “Mão Santa” fez um discurso emocionante no palco, que contou também com a presença ilustre da lenda do Boston Celtics, Larry Bird, ao seu lado.

Discurso legendado de Oscar Schmidt no Basketball Hall of Fame. Canal: SMLextras/Youtube.

O fim da carreira e a batalha vencida contra o câncer

Mesmo com todas os desafios enfrentados e vencidos durante a sua brilhante carreira, Oscar enfrentou outra grande batalha e, dessa vez, ela não seria travada nas quadras, mas sim no hospital. O ex-atleta foi diagnosticado com câncer no cérebro em 2011 e teve que se submeter a procedimentos cirúrgicos.

O processo de quimioterapia, o contato e a força de familiares e amigos foram fundamentais para que Oscar superasse mais esse desafio. No momento desta matéria, Oscar declara que está livre do câncer e que se sente muito bem para aproveitar a vida com sua família.

A história de Oscar Schmidt inspira milhões de jovens pelo mundo. Sua carreira brilhante, a sua postura frente as adversidades e sua personalidade forte são marcas de um vencedor no esporte e na vida.

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