Os indicadores econômicos são essenciais para entender as perspectivas econômicas de um país, oferecendo métricas para avaliar o cenário econômico de maneira precisa. Esses indicadores podem ser oficiais, calculados por fontes governamentais, ou os informais, basicamente.
Um dos indicadores informais mais conhecidos é o Índice Big Mac (Big Mac Index), criado nos anos 80 pela revista “The Economist”. Ele oferece uma visão única sobre o poder de compra das moedas ao comparar o preço do Big Mac em diferentes países.
Este indicador econômico que utiliza os preços do hambúrguer do McDonald’s em diversos países para estimar as disparidades no poder de compra global é fundamentado na teoria da Paridade do Poder de Compra (PPP). A PPP sugere que, a longo prazo, as taxas de câmbio entre duas moedas devem se ajustar de modo que um bem idêntico custe o mesmo em ambas as moedas.
Essa é uma forma interessante de determinar o poder de compra em diversos países, uma vez que o Big Mac é um sanduíche vendido em praticamente todas as partes do mundo e, por possuir um modo de produção praticamente igual em quase todos os lugares, deveria possuir preços semelhantes ao consumidor final. Dessa maneira, o cálculo da diferença do preço final do Big Mac pode nos mostrar uma perspectiva informal da diferença de poder de compra entre dois ou mais países.
Para termos de comparação, o dólar americano é a moeda adotada para o cálculo comparativo. Por exemplo, se o preço do Big Mac em um país é menor quando convertido para dólares, usando a taxa de câmbio atual, isso sugere que a moeda local está subvalorizada em relação ao dólar. Por outro lado, se o preço é mais alto, isso indica uma moeda sobrevalorizada. Essa abordagem simples fornece uma compreensão direta e palpável das disparidades de poder de compra e das nuances do mercado cambial.
Como ele funciona na prática?
Recentemente, observamos mudanças consideráveis nas taxas de câmbio entre as moedas de distintos países. Uma dessas flutuações notáveis ocorreu na relação entre o real brasileiro (BRL) e o peso argentino (ARS). Como o Índice Big Mac pode ser empregado para entender essa situação?
Em um exemplo hipotético, se na Argentina, um Big Mac custasse 1.650 pesos argentinos, o que equivaleria a US$ 5,99, enquanto nos Estados Unidos, o mesmo lanche custasse US$ 5,59, essa diferença sugeriria que o peso argentino estava sobrevalorizado em relação ao dólar. Em comparação, se o real brasileiro estivesse subvalorizado, custando menos dólares para comprar o mesmo lanche, isso indicaria uma valorização do real em relação ao peso argentino nessa relação cambial.
Apesar de ser intuitivo, o índice é impreciso e não considera variáveis importantes
Embora o Índice Big Mac seja uma ferramenta interessante para comparar o poder de compra entre países, ele enfrenta limitações significativas. O preço do Big Mac pode ser influenciado por fatores locais, como impostos, custos trabalhistas e tarifas comerciais, que distorcem a precisão do índice. Além disso, o índice não considera outras variáveis econômicas importantes, como nível de renda, inflação e políticas fiscais e monetárias, que impactam o poder de compra.
Portanto, embora seja intuitivo e fácil de calcular, o Índice Big Mac não é a melhor métrica para avaliar a paridade do poder de compra entre países, pois ignora muitas variáveis econômicas e locais. No entanto, ele pode ser uma base interessante para iniciantes estudarem e entenderem mais sobre economia, incentivando a população a se aprofundar no conhecimento econômico.