Digimon Story Cyber Sleuth é estabelecido num “futuro próximo” ao contemporâneo, onde as linhas entre o mundo real e o digital se misturaram. Na história, realizar login num mundo digital se tornou uma experiência quase que obrigatória para se inserir na sociedade. Jogadores vão atravessar e explorar um mundo que reflete o nosso real, com locais e empresas reais do Japão, por exemplo, enquanto trocam passos com o mundo abstrato dos Digimon, para investigar um mistério que infecta ambos os universos.
Cyber Sleuth trata-se de RPG de turnos desenvolvido pela Media.Vision Entertainment, empresa responsável também por Valkyria Revolution da SEGA. O título faz parte da subsérie de jogos Digimon Story, que foca em jogos de Digimon no estilo JRPG clássicos, enquanto a subsérie Digimon World, tendo se voltado para o mesmo esquema estabelecido nos jogos similares aos Tamagotchis, da franquia, onde geralmente deve haver cuidados com as necessidades dos seus Digimon.
A Bandai Namco localizou o jogo para o ocidente em fevereiro de 2016, quase 1 ano após o seu lançamento original no Japão, em março de 2015. A versão para PS4 era exclusiva do ocidente, diferente do Japão que só havia recebido o jogo para PS Vita. Os personagens são desenhados por Suzuhito Yasuda, que é famoso por seu trabalho em Devil Survivor e a trilha-sonora é composta por Masafumi Takada de Killer7, No More Hereos e Danganronpa.
Um segundo jogo, com o subtítulo de Hacker’s Memory, foi lançado em dezembro de 2017 e contava uma história paralela complementar ao jogo original, tendo mais Digimon disponíveis em jogo, história inédita pela vista de um novo grupo de protagonistas e novos modos de jogo.
Enredo
Cyber Sleuth (original)
O jogador assume o papel de Takumi Aiba (garoto) ou a Ami Aiba (garota). Aiba é um(a) hacker amador que recebe um programa chamado Digimon Capture de um estranho misterioso em uma sala de bate papo. O programa permite capturar Digimon, criaturas digitais que habitam na realidade virtual baseada numa nova versão de Internet chamada de Cyberspace EDEN, onde os usuários podem entrar fisicamente.
Depois de se aprofundar em níveis mais profundos do EDEN, Aiba é atacado por uma entidade/base de dados chamada de “Eater” que deixa seu corpo em um estado metade digital. Isso o dá a habilidade de se movimentar livremente pelo mundo digital e o real por terminais. Aiba depois é abordado por uma mulher chamada Kyoko Kuremi, que lidera a Agência de Detetives Kuremi, a qual recruta o mesmo para sua divisão cibernética.
Cyber Sleuth: Hacker’s Memory
Em Cyber Sleuth: Hacker’s Memory, acompanhamos a jornada de um jovem programador chamado Yuri Tanaka, que se vê envolvido em uma conspiração perigosa após testemunhar um ataque cibernético a um servidor secreto do governo. Ao ser injustamente acusado de crimes digitais, Yuri decide usar suas habilidades de hacker para provar sua inocência, desvendando códigos enigmáticos e mergulhando em um submundo virtual repleto de espionagens corporativas e ameaças terroristas.
A história se desenvolve em uma espécie de “corrida contra o tempo”: cada invasão, quebra de firewall e evidência encontrada aproxima o protagonista de desvendar uma conspiração ainda maior, que pode mudar o rumo da sociedade conectada. Ao mesmo tempo, Yuri precisa lidar com questões pessoais familiares, a perda de sua credibilidade e a constante sensação de estar sendo vigiado.
Jogabilidade
Em Digimon Story Cyber Sleuth jogadores podem explorar áreas baseadas em locais reais de Tóquio, além de áreas na rede Cyberspace EDEN. O game também traz centenas de Digimon para colecionar, batalhar e digivolver. Os combates em turnos são similares ao sistema usado em Final Fantasy X onde a velocidade determina qual personagem vai iniciar o próximo turno. O jogador pode apenas trazer 3 Digimon para a batalha, mas pode trocar os Digimon ativos por seus reservas, assim como nos jogos de Pokémon para portátil. Os Digimon têm 3 tipos distintos (Data, Vacina e Vírus) e numerosos elementos (Fogo, Planta, Trevas e outros), cada um tendo vantagens e desvantagens contra outros. Há também outros elementos em destaque, presentes:
Digi-Lab: Uma área onde o jogador pode estocar e recolher Digimon de sua coleção, digivolver e involuir os mesmos, acessar ao Digi-Farm, curar seus Digimon, acessar características online ou re-entrar em dungeons já terminadas;
Digi-Farm: Um local onde o jogador pode treinar seu Digimon, criar itens ou pesquisar por missões;
Digievolução: Um Digimon pode digivolver ou voltar sua digievolução (de-evolved) quando certos requerimentos são atingidos (geralmente por ter nível suficiente, stats e CAM). Digivolver ou involuir sempre reseta o Digimon para o nível 1, mas dá ao Digimon outros benefícios relacionados ao nível e status base, como uma forma de recompensa. Todavia, você só pode voltar uma evolução para um Digimon o qual você já escaneou.
Digimon Capture/Scan: Depois de escolher um dos 3 Digimon iniciais: Terriermon, Palmon ou Hagurumon, cada vez que o jogador encontrar um Digimon selvagem em batalha (exceto batalhas de chefe/forçadas), as informações (data) deste Digimon serão parcialmente escaneadas no começo da batalha. Uma vez que o medidor chega a 100% (sendo o máximo 200%), este Digimon escaneado pode ser criado no Digi-Lab para se tornar seu aliado.
Referências a outros jogos
Assim como as 5 primeiras temporadas de anime de Digimon foram referenciadas no final do anime Digimon Xros Wars, ou Digimon World: Next Order é uma continuação direta do Digimon World original (para Playstation), também há referências generalizadas em Digimon Story Cyber Sleuth. As principais personagens referências são: Mirei Mikagura e Rina Shinomiya, personagens de Digimon World Re:Digitize. Mirei é uma personagem que “já viajou por diversos mundos digitais” e que se tornou um corpo de dados igual ao protagonista em Cyber Sleuth. Ela o ajudará pelo Digi-Lab. Já a Rina, protagonista inserida na versão “Decode” de Re:Digitize, também está lá como uma “nova aliada”. Ambas as personagens foram divulgadas em destaque na revista japonesa V-Jump, antes do lançamento de Cyber Sleuth para Playstation Vita.
Durante o decorrer da história, as personagens citadas mencionam acontecimentos de jogos em que já apareceram criando novas ligações de Digimon Story Cyber Sleuth com as histórias anteriores, sendo que alguns acontecimentos destes jogos anteriores apenas têm conclusão neste novo jogo. Veja mais sobre as referências abaixo.
Spoilers da história e também de outros jogos a seguir:
- Após Rina ir ao mundo real em Cyber Sleuth, ela conversa com Mirei como já se conhecessem, despertando a curiosidade do protagonista que pergunta para Mirei se elas já se viram antes, tendo sua confirmação trazendo explicações sobre os mundos paralelos na franquia Digimon;
- Há também a personagem Sayo e o Doutor que apareceram em Digimon World Dawn & Dusk. Sayo também apareceu em Digimon Story: Super Xros Wars, sendo que durante a missão da mesma em Cyber Sleuth, Mirei menciona conquistas de Sayo como ter se tornado a “Tamer Lendária” vencedora do Coliseu e sendo membro da Tamer Union, algo que ocorre em Digimon Story: Moonlight;
- Na missão em que se encontra com Rina, é mostrado que V-mon estava sem seus poderes de Ulforce V-Dramon e que eles estavam com Barbamon. Isso é na verdade uma parte importante da história de Re:Digitize Decode. Barbamon estavam tentando coletar os poderes de todos os “Seven Great Demon Lords” para formar o Super Great Demon Lord. Nisso, Rina era uma das personagens que estava coletando o poder dos Demon Lords para impedir que o plano de Barbamon se completasse, porém a dupla Barbamon e seu parceiro Demon absorvem os poderes dela no final de Re:Digitize Decode;
- No final do jogo, Gankoomon menciona que em tempos de paz Yggdrasil descansa na Montanha Infinita, o que já foi citado em outras situações na franquia, sendo que um pouco antes de se começar Xros Wars, é revelado que Yggdrasil entrou em descanso profundo e foi substituído por Homeostasis. Essa trama continua em Digimon Crusader, depois em Re:Digitize Decode e, no caso, Gakoomon faz referência direta ao último ocorrido.