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O “não” de Carlo Ancelotti expõe o amadorismo da CBF

Carlo Ancelotti, que era esperado para assumir o comando técnico da Seleção Brasileira, comunicou sua renovação de contrato com o Real Madrid.
Lucas Morais em 12/jan/24, atualizado 6/mar/24 às 11h – Compartilhe
Sede da Confederação Brasileira de Futebol. Acervo do Wikimedia Commons.
Sede da Confederação Brasileira de Futebol. Acervo do Wikimedia Commons.

Recentemente, o técnico Carlo Ancelotti, que estava cotado para assumir o comando técnico da Seleção Brasileira, comunicou sua renovação de contrato com o Real Madrid, frustrando os planos da Confederação Brasileira de Futebol que sonhava tanto com a contratação do técnico italiano.

Além de ser uma grande decepção, a renovação do treinador italiano representa mais uma exposição pública humilhante para a CBF e seu presidente em declínio, Ednaldo Rodrigues. Ele não apenas foi afastado do cargo por decisão judicial, mas também foi enfraquecido nos bastidores pela oposição. Mesmo tendo sido readmitido na presidência mediante uma liminar expedida recentemente, o dirigente agora parece testemunhar o desmoronamento do principal trunfo de seu mandato.

É certo que Ancelotti nunca sinalizou claramente que sairia do Real Madrid para assumir a Seleção. Pelo contrário, o treinador sempre afirmou que a sua prioridade era o Real Madrid, mesmo com o iminente término de seu contrato com a equipe espanhola. Parece que as conversas com o então presidente, Ednaldo Rodrigues, foram interpretadas de forma equivocada pela CBF, que chegou até a anunciar a contratação de Ancelotti.

O amadorismo cobra seu preço

O caso da não contratação de Carlo Ancelotti expõe todo o amadorismo presente na CBF. A condução do negócio, o anúncio feito de forma precipitada e a falta de um “plano B” demonstra o despreparo da entidade em lidar com questões ligadas ao futebol, apesar de essa ser a sua única função.

Quem perde com isso é o futebol do Brasil, que terá um ciclo de Copa do Mundo prejudicado pelas incertezas do que acontece no extracampo. Isso porque após a saída de Tite, a CBF vendeu a ideia de estar negociando com um grande técnico e, graças a isso, começou a recorrer a técnicos interinos que em algum momento sairiam para a entrada de um grande nome.

O tempo passou, o grande nome não veio e as apostas da Confederação se mostraram um retumbante fracasso. O ex-técnico, Fernando Diniz, dividiu suas atenções entre o trabalho com o Brasil e o Fluminense. O que foi prometido para Diniz é que ele ficaria no cargo até que Ancelotti chegasse, mas como sabemos, isso não aconteceu. Após Ednaldo ser readmitido mediante liminar expedida por Gilmar Mendes, ele demitiu Diniz às pressas e contratou Dorival Jr. para seu lugar.

Apesar da decisão tomada por Ednaldo, tudo parece ainda incerto na CBF, a tendência é que as coisas comecem a se resolver alguns meses após a nova eleição da presidência. Mas, tais expectativas podem não ser atingidas, uma vez que a falta de critério e o amadorismo parecem estar intrinsecamente ligados a quem comanda o futebol brasileiro.

Dorival Jr. agora é a “bola da vez”

Dorival Jr. em sua passagem pelo Fluminense, em 2013. Acervo do Flickr.
Dorival Jr. em sua passagem pelo Fluminense, em 2013. Acervo do Flickr.

Após a negação de Ancelotti, vários nomes para assumir a Seleção Brasileira foram ventilados na imprensa. O nome de Jorge Jesus, que está hoje no Al-Hilal da Arábia Saudita e fez grande trabalho no Flamengo em 2019, e até o de José Mourinho, que atualmente tem contrato com a Roma. Mas a decisão da CBF foi por um técnico caseiro, que tem desempenhado um bom papel nos últimos anos dentro do futebol brasileiro.

Dorival não é nem um pouco parecido com Ancelotti e nem com Diniz, mas seu sucesso a frente de times como Flamengo e São Paulo podem ajudá-lo a estancar a sangria inicial e, com o tempo, fazer um bom trabalho à frente da seleção brasileira. Há também um componente importante nessa decisão: A experiência de Dorival Jr. pode ajudar a desenvolver uma seleção que é composta por jogadores jovens, como é o caso do Brasil.

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